Poucos estudos, e com pequenas casuísticas heterogêneas, avaliaram o risco de pacientes com câncer e Covid-19, em especial aqueles submetidos a tratamento oncológico (cirurgia ou quimioterapia). Desta maneira, há pouca evidência científica disponível para embasar a decisão de prosseguir ou adiar o tratamento cirúrgico.
Os pacientes portadores de câncer parecem apresentar risco aumentado quando comparados aos pacientes sem câncer. Além disso, parece que aqueles com câncer, infectados pela Covid-19, apresentam uma evolução clínica pior.
A discussão sobre o adiamento de cirurgias oncológicas é controversa, visto que a definição de gravidade e agressividade do tumor é subjetiva. Além disto, fatores emocionais dos pacientes portadores de câncer devem ser considerados na decisão terapêutica.
Evidentemente devem ser levados em conta a sobrecarga do sistema de saúde no seu hospital ou região, e a disponibilidade de centro cirúrgico, leito de enfermaria ou de terapia intensiva. Desta forma, a decisão deve ser discutida caso a caso, levando-se em conta a biologia do câncer, as terapêuticas alternativas e a política institucional.
De acordo com as últimas recomendações da Anvisa, toda a programação cirúrgica deverá ser revista em relação aos riscos, prioridades e recursos. Além disso, todas as cirurgias eletivas não essenciais devem ser adiadas.
São consideradas cirurgias eletivas aquelas com data facultada pelo paciente e cirurgião e que não se enquadram em nenhuma das classificações a seguir:
Emergência: devem ser realizadas em até 1 hora;
Urgência: devem ser realizadas em até 24 horas;
Urgência eletiva: devem ser realizadas dentro de 2 semanas;
Eletiva essencial: devem ser realizadas entre 3 a 8 semanas.
Em todas estas situações, o uso de equipamentos adequados de proteção individual é fundamental. Protejam-se e fiquem seguros!
Fonte: Site Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva
Cirurgia Oncologica do Aparelho Digestivo e Covid 19. Disponível em: <